CONET divulga que recuperação do valor do frete rodoviário de carga ainda não veio

agosto 2, 2019 0 Por Site Fetransul

A capital do Maranhão, São Luiz, sediou nos dias 01 e 02 de agosto a segunda edição do CONET&Intersindical – Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado, promovido pela NTC. O evento debateu assuntos relevantes para o transporte rodoviário de cargas, entre os quais as questões mercadológicas. O Rio Grande do Sul foi representado no evento pelo presidente do SETCERGS, João Jorge da Silva, pelo diretor tesoureiro adjunto da Fetransul, Mauro Dalla Valle, pelo diretor executivo Gilberto Rodrigues, e pela assessora jurídica Raquel Caleffi.

José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística, destacou que o CONET&Intersindical é um evento tradicional e necessário para o transporte de cargas no Brasil, daí a importância da participação do empresariado de todo o país”

Comunicado do CONET sobre os fretes

No dia 01 de agosto reuniu-se  o Conselho de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado (Plenária), com as apresentações do Departamento Técnico da entidade (DECOPE). Em seguida houve debates sobre a Influência de Carga Tributária no Mercado de Transportes e Cenário Macroeconômico do Brasil acontecerão. Foi emitido um comunicado nacional (abaixo).

“Seguindo a sistemática de apuração semestral de índices que indiquem a variação de fretes do segmento transportador rodoviário de cargas, a pesquisa realizada pelo DECOPE/NTC no mês de julho último aponta para uma defasagem média no frete recebido pelo transportador em relação ao custo apurado de 16,0%, sendo de 8,0% nas operações com transporte de cargas fracionadas e de 20,0% nas com cargas lotações.

Outro dado que continua preocupando e chamando a atenção, é a falta do recebimento dos demais componentes tarifários, tais como frete-valor e GRIS. E, ainda, verifica-se que muitos usuários não remuneram adequadamente o transportador com relação a outros serviços complementares ou adicionais. Enquadram-se nesta categoria, por exemplo: a cobrança da EMEX para regiões que se encontram em estado de beligerância, a TRT para as regiões metropolitanas que possuem restrição a circulação de caminhões, os serviços de paletização e guarda/permanência de mercadorias, o uso de escoltas e planos de gerenciamento de riscos customizados, o uso de veículos dedicados, dentre outros.

É importante realçar que muitas vezes os custos adicionais com esses serviços são superiores ao próprio frete, daí porque se trata de situação crítica, que precisa ser equalizada pelas partes.

Finalizando, é oportuno lembrar que seguimos com a expectativa de retomada do crescimento da economia, situação em que as demandas devem crescer e os gargalos logísticos se estreitam, razão pela qual, vale o alerta visando a preservação da saúde financeira das empresas do setor e, desta forma, garantindo a sua capacidade de arcar com os investimentos necessários. A eliminação da defasagem é, portanto, não só do interesse do transportador, mas também do contratante que deseja manter a regularidade e a segurança nas suas operações”.

No segundo dia a Intersindical abordou os seguintes temas: Mecanismos Financeiros de Proteção Patrimonial, Infraestrutura- Novos Modelos de Concessões de Rodovias, Avaliações das Negociações Coletivas de Trabalho no TRC, Estrutura de Representação do TRC e Reforma de Representação do TRC e Reforma Tributária- Impacto e Posição do TRC.

O CONET propôs que fossem criadas comissões de negociação mercadológica nas federações e sindicatos, visando difundir os conceitos de formação tarifária e também promovendo reuniões mensais ou bimestrais entre transportadores. Também foi sugerido que se busque uma política de reajustes, tendo como referência, por exemplo, o preço dos combustíveis. Visando ampliar a cultura do tema tarifário, o CONET sugeriu que as bases regionais incentivem a participação dos empresários nos cursos de Gestão de Fretes do SEST SENAT.