Brasil poderá ter a maior rede de rodovias privatizadas do mundo

São Paulo/SP sediou em 10 de agosto o evento Rodovias do Futuro, promovido pela ABCR – Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, com o apoio da ANTT.  Paulo Ziegler, diretor de Infraestrutura do Sistema Fetransul, representou a entidade no evento.  O setor encontra-se num momento de notáveis avanços tecnológicos que embasam o conceito de que as rodovias cada vez mais, serão vivas, inteligentes e sustentáveis.

Somam-se às novidades tecnológicas a definição governamental de intensificar a concessão de estradas para o setor privado. O ministro dos Transportes, Renan Filho, na abertura dos painéis, anunciou que o governo federal planeja 35 novas concessões nos próximos anos, resultando em investimentos de R$ 230 bilhões que serão aportados pelos usuários destas rodovias.  Neste contexto, o Brasil, que hoje é o terceiro pais com maior extensão de rodovias concedidas, passará para o primeiro lugar. Hoje são 27 mil quilômetros, e projeta-se atingir entre 56 e 60 mil quilômetros.

Os avanços tecnológicos do setor estão relacionados aos testes de sistemas de arrecadação na modalidade free flow que se encontram em curso em São Paulo. Em três meses e meio de cobranças remotas por meio de arcos, a adimplência foi de 86%, resultado considerado muito bom, nesta fase experimental. A outra inovação, diretamente relacionada com o transporte de cargas, é a tecnologia de pesagem de caminhões em movimento, sem a necessidade de parada em postos de controle. Trata-se do sistema HS-Win, já testado. Os aspectos novos a serem ajustados para sua implantação estão relacionados à legislação, pois deixará de existir a infração de evasão de controle, e novas interpretações punitivas deverão ser incorporadas.

O evento Rodovias do Futuro registrou um ambiente de otimismo e expansão do setor de concessões rodoviárias. As concessionárias estão deixando de se referir aos veículos que utilizam as rodovias como usuários: agora são clientes. A revisão passa pelo conceito de prestação de serviços, que se ampliará com a conectividade das estradas, que é outra face da tecnologia que deve ser incorporada a estes empreendimentos.