Sistema Transporte integra delegação que discute transição energética e combustíveis verdes nos Estados Unidos

Em missão internacional convocada por frentes parlamentares, a CNT conheceu boas práticas e modelos tributários aplicados aos combustíveis

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) participou, nesta semana, de uma missão internacional para Washington, nos Estados Unidos, para tratar de transição energética, economia circular e desenvolvimento urbano. A Confederação foi convidada pela Frente Parlamentar de Gestão de Resíduos e Economia Circular e integrou a delegação com dois deputados federais: Fernando Marangoni (União-SP) e Dr. Victor Linhalis (Pode-ES).

A gerente executiva do Poder Legislativo da CNT, Andrea Cavalcanti, foi a escolhida para representar o Sistema Transporte nas discussões. A programação de três dias envolveu intensas conversas com autoridades dos Estados Unidos.

“Como representante do setor transportador brasileiro, minha atribuição é coletar insumos para contribuir para a construção de uma matriz energética eficiente. O desafio é conciliar o desenvolvimento social com o econômico, de modo a ser viável para o setor”, explica a gerente executiva.

Negócios e legislação

Na manhã da segunda-feira (8/4), na Universidade de Georgetown, o Doing Business in Brazil Legal Symposium reuniu lideranças dos setores público e privado para falar sobre investimentos em infraestrutura e a importância das PPPs (Parcerias Público-Privadas) para capitanear os recursos. A abertura ficou por conta da embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, que tratou da regulamentação da reforma tributária para a atração de investimentos, bem como sobre combustíveis verdes e transição energética.

O deputado Fernando Marangoni fez um discurso no qual pediu que o governo brasileiro atrele a implementação de novos combustíveis a testes. “Não podemos ter uma estrutura regulatória para um tipo de combustível e outro para um diferente. O que realmente queremos é ter um equilíbrio e testagem geral para garantir um combustível inovador verdadeiramente preocupado com a sustentabilidade, com a segurança e com a qualidade”, ponderou o parlamentar.

Já no período da tarde, foi feita uma visita à Environmental Protection Agency (a agência de proteção ambiental dos Estados Unidos). Embora não seja um ministério, como se conhece no Brasil, a função reguladora do órgão é equivalente, sendo responsável por ações relacionadas à proteção da saúde e do meio ambiente. O objetivo era conhecer algumas ações relacionadas à energia verde já implementadas com sucesso em solo norte-americano.

Incentivos tributários

No segundo dia de missão (9/4), a comitiva brasileira se encontrou com autoridades do US Department of State (Departamento de Estado dos Estados Unidos). O foco era a troca de experiências sobre incentivos tributários para a transição energética, já que os poderes Executivo e Legislativo brasileiros estão debruçados sobre isso no momento.

“O Brasil tem muito a aprender com a matriz energética dos Estados Unidos, onde a transição energética está bem mais avançada. Esse aprendizado será muito importante para implementarmos um modelo aprimorado por aqui”, explica Andrea Cavalcanti.

Todos os participantes tiveram tempo para se apresentar e expressar suas preocupações. Na sequência, foi organizado um momento para conversas sobre as especificidades de cada país.

Na parte da tarde, a comitiva seguiu para continuar a participação no evento Doing Business Brazil Legal Symposium. Houve diversas trocas de experiências com os palestrantes, representantes do setor público e privado de ambos os países.

Desenvolvimento econômico

O terceiro e último dia (10/4) de missão começou com uma reunião com a embaixadora do Brasil nos EUA. Em pauta, alinhamentos para buscar a aproximação entre as duas nações no que se refere à matriz energética.

“O insumo de maior custo no transporte é o combustível, que representa cerca de 40% do faturamento das empresas. Precisamos garantir que o setor estratégico responsável por movimentar o Brasil e conectá-lo ao mundo não seja penalizado, especialmente quando temos uma reforma tributária em curso e a transição de combustíveis em andamento”, exemplificou Andrea Cavalcanti.

No período da tarde, foi feita uma visita ao Atlantic Council e ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A primeira parada foi na organização não governamental atuante no campo das relações internacionais que gerencia programas relacionados à segurança e prosperidade no campo econômico. Já o BID é um importante financiador de projetos com foco no desenvolvimento econômico das nações.

Andrea garantiu ter sido um momento de muita relevância para o setor transportador. “Poder atuar como uma voz do empresário brasileiro me permitiu expressar nossas preocupações, compreender o cenário internacional e coletar alguns caminhos interessantes que podemos seguir aqui no país. Foi certamente um grande momento, um grande aprendizado”, concluiu.

O que foi a Missão?

A Missão Internacional – Transição Energética, Economia Circular e Desenvolvimento Urbano Sustentável foi realizada entre os dias 8 e 10 de abril de 2024, tendo como destino a cidade de Washington, capital dos Estados Unidos.

Convocada pela Frente Parlamentar de Gestão de Resíduos e pela Frente Parlamentar de Desenvolvimento Urbano Sustentável, teve como propósito ouvir autoridades norte-americanas para conhecer boas práticas e trocar experiências sobre temas em discussão no Congresso Brasileiro. A organização ficou por conta do Instituto VivaCidades.

Por Agência CNT Transporte Atual