Leilão dos Correios deverá ocorrer no primeiro semestre de 2022

setembro 24, 2021 0 Por Site Fetransul

CNT realiza nova edição do Fórum de Debates sobre o tema no próximo dia 7 de outubro

Aprovado pela Câmara dos Deputados no início do mês, o Projeto de Lei (PL) nº 591/21, do Poder Executivo, estabelece os parâmetros para a desestatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A proposta, que segue agora para o Senado Federal, abrange os serviços postais (carta, cartão postal e telegrama). Atualmente, a iniciativa privada atua apenas no segmento de entrega de encomendas. 

Uma vez sancionada a lei, a estatal irá a leilão, o que deve ocorrer no primeiro semestre do ano que vem, segundo previsões do Governo Federal. O arrematante terá de adquirir 100% da estatal. Ele terá liberdade para definir preço e demais condições para o serviço de entrega de encomendas. Quanto aos serviços postais, o titular da concessão terá exclusividade na exploração por, pelo menos, cinco anos. A regulação do setor será feita pela (Anatel) Agência Nacional de Telecomunicações.

O encaminhamento do projeto foi saudado pelo mercado e gera grande expectativa. “São poucas empresas no mundo que têm expertise continental, que conseguem atingir regiões que ainda estão em processo de desenvolvimento, como é o caso dos Correios. Os players que estão de olho nesse ativo não são pequenos – são internacionais”, aponta Ricardo Jacomassi, economista-chefe da TCP Partners. 

A entrada da iniciativa privada, gerando concorrência, tende a ser um incentivo para a modernização das operações logísticas no país, como observa Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia. “Os Correios investem, hoje, cerca de R$ 300 milhões por ano. Pós-privatização, investirão algo próximo de R$ 3 bilhões. Serão gerados muitos mais empregos do que se gera atualmente. Vamos ter uma empresa logística brasileira eficiente e inovadora”, aposta. 

“No governo, há empresas muito boas e equipes muito capacitadas, mas a legislação e a burocracia emperram o desenvolvimento dessas controladas. A privatização é, de forma geral, uma resposta eficiente a essa questão e que permite contribuir para o desenvolvimento do país”, concorda Fernando Simões, presidente do Conselho de Administração da JSL Logística e diretor presidente da Simpar.

De acordo com o texto aprovado pela Câmara dos Deputados, não poderão ser extintas agências que garantam a prestação do serviço postal em áreas remotas do país, em linha com o compromisso constitucional pela universalização do serviço. Reajustes de tarifa poderão ser feitos dentro dos limites a serem estipulados pelo contrato de concessão. O PL prevê, ainda, o advento de uma tarifa social, que custeará o envio de cartas e telegramas por usuários hipossuficientes. 

Fórum CNT de Debates

No próximo dia 7 de outubro, a Confederação Nacional do Transporte realiza a 4ª edição do Fórum CNT de Debates com o tema “Desestatização dos Correios: oportunidades e desafios para o Brasil”. O evento será transmitido pelo canal do YouTube da CNT, das 14h30 às 17h20. 

Veja a programação

14h30 às 15h10 – Abertura

Vander Costa – Presidente do Sistema CNT

Fábio Faria – Ministro das Comunicações

Gustavo Montezano – Presidente do BNDES

Márcio Bittar – Senador (MDB/AC) – Relator do PL n.º 591/2021 na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal

15h10 às 16h – Painel I – Estudos técnicos e modelagem para a desestatização dos Correios

Fábio Abrahão – Diretor de Concessões e Privatizações do BNDES

Matthew Govier – Diretor da Accenture

Bruno Batista – Diretor-executivo da CNT

16h às 16h10 – Intervalo

16h10 às 16h55 – Painel II – Desestatização dos Correios: perspectivas para o setor postal e a logística brasileira

Diogo Mac Cord – Secretária Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia 

Urubatan Helou –  Diretor Presidente da Braspress

Marcelo Silva – Presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo)

Veja aqui a série de podcasts da Agência CNT Transporte Atual sobre as privatizações.

Fonte: Agência CNT Transporte Atual