Evento promovido pela Federasul qualifica fim dos benefícios fiscais do RS como mero aumento de impostos
fevereiro 22, 2024A Federasul promoveu na tarde de ontem (21/02) em sua sede, um Fórum Técnico para debater possíveis soluções para o impasse criado pelo Governo do RS com a decisão de retirar benefícios fiscais de 64 setores econômicos, como forma de aumentar a arrecadação do ICMS.
O evento reuniu as entidades empresariais do RS e deputados estaduais. O Governo do RS não se fez presente, fato que foi lamentado por Rodrigo Costa, presidente da Federasul, na abertura do evento.
Economistas da Farsul, CDL Porto Alegre, Fecomércio e Fiergs apresentaram análises setoriais e demonstraram que o corte de benefícios se reveste num mero ato de elevação da carga tributária, sem levar em consideração a competividade dos setores prejudicados pela decisão, bem como analisaram o perverso impacto na economia do RS, com destaque à cesta básica de alimentos que terá de imediato uma elevação de 7,9%, prejudicando sobretudo às camadas mais pobres da população.
Os números apresentados pelos economistas foram eloquentes ao demonstrar uma política pública voltada exclusivamente para a arrecadação. O economista do CDL, Oscar Frank, ressaltou que nos últimos 25 anos o ICMS cresceu 1.016 %, ante o IPCA de 372%.
Houve ainda a manifestação dos deputados presentes. Paparico Bacchi qualificou o governado Eduardo Leite como um ótimo cobrador de impostos e um péssimo gestor público, trazendo a percepção de que a solução de elevar impostos é simplista.
O segmento de Transporte e Logística esteve representado no encontro pelo diretor de Gestão do SETCERGS, Roberto Machado, pelo diretor de Infraestrutura do Sistema Fetransul, Paulo Ziegler. Também estava presente o assessor jurídico das entidades, especialista em temas tributários, Fernando Massignan. Eu sua manifestação, o advogado destacou que o governo deveria propor projetos para aquecer a economia gaúcha, em detrimento de elevar carga tributária, que inibe a atividade econômica.