CNT aborda os desafios da transição energética no Fórum Transporte Sustentável

A diretora executiva adjunta, Fernanda Rezende, representou o Sistema Transporte no evento realizado nesta quarta-feira (29), em São Paulo (SP).

Transição energética e fontes alternativas para o setor de transporte. Esse foi o tema da palestra de abertura do Fórum Transporte Sustentável, ministrada pela diretora executiva adjunta da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Fernanda Rezende. No evento realizado pela OTM Editora nesta quarta-feira (29), no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP), ela apontou os três fatores principais que demandam mudanças urgentes por parte do governo, da iniciativa privada e da sociedade.

O primeiro fator é a pressão ambiental, que demanda dos 175 países signatários do Acordo de Paris ações concretas para restringirem, até 2030, o aumento médio da temperatura global a até 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O objetivo é zerar as emissões líquidas de gases poluentes até 2050. No caso do Brasil, Fernanda Rezende citou os setores que mais emitem CO₂, dentre os quais está o transporte, que responde por 22,9% das emissões. Já o segundo e o terceiro fatores são o surgimento de novas tecnologias e a disponibilidade de fontes energéticas.

Nesse sentido, Fernanda Rezende enfatizou que “o setor de transporte tem forte potencial para reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, já que, atualmente, existem tecnologias viáveis sendo implementadas no Brasil. É o caso do biometano, da eletromobilidade, do hidrogênio verde e do diesel verde, que são opções de fontes alternativas de energia”. Contudo, tais oportunidades se esbarram em diversos desafios.

Aos empresários e executivos para os quais palestrava ela apontou vários entraves, como os regulatórios. “O Brasil carece de uma regulamentação com o estabelecimento de métricas e o incentivo ao uso dessas novas fontes energéticas”, disse. Além disso, a diretora apontou desafios econômicos. “É necessário um alto nível de investimento para que essas novas fontes energéticas sejam viabilizadas. Lembro, também, que esse custo para a implantação se reflete no preço final do veículo, o que pode ser um fator inibidor para a aquisição de uma nova frota tanto para os transportadores quanto para os demais usuários”, explicou a diretora, que citou, ainda, a necessidade de uma infraestrutura de produção de distribuição e abastecimento, que, segundo ela, o Brasil ainda não disponibiliza. 

Iniciativas sustentáveis do Sistema Transporte

Apesar de países como o Brasil ainda precisarem colocar em prática ações concretas em prol da redução dos gases de efeito estufa, entidades como o Sistema Transporte têm feito a sua parte. 

Na palestra, além de apresentar a série da CNT Energia no Transporte, que aborda informações técnicas e ambientais sobre fontes energéticas alternativas, tecnologias mais limpas e práticas sustentáveis no transporte, Fernanda Rezende falou sobre o Despoluir. “O maior programa ambiental privado do setor de transporte brasileiro é mais uma iniciativa do Sistema Transporte voltada a mitigar a emissão de gases poluentes na atmosfera. Realizado pela CNT e pelo SEST SENAT em parceria com as federações do setor, o programa teve, inclusive, reconhecimento internacional pela ONU (Organização das Nações Unidas) como um Estudo de Caso sobre o Big Push para a Sustentabilidade no Brasil”, contou a diretora.

Para se ter ideia do alcance do programa, apenas em uma de suas linhas de atuação, a Avaliação Veicular Ambiental, o Despoluir já realizou mais de 4 milhões de aferições, atendendo a mais de 55 mil transportadoras em todo o Brasil. Para saber mais sobre o programa, acesse www.despoluir.org.br

Por Agência CNT Transporte Atual